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People fall in love in mysterious ways // RP

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Mensagem por Emma Morgenstern Sex Jun 05, 2015 11:36 pm

Dados da RP

PARTICIPANTES: Edmund Stirling & Emma Morgenstern
LOCAL: Mansão Stirling
RP FECHADA.
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Mensagem por Edmund Stirling Sáb Jun 06, 2015 12:10 am

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O balanço do cocho me deixava sonolento, como uma névoa hipnotizante me levando para a inconsciência, porém quando eu estava quase conseguindo dormir, eu lembrava de Michael. E então como um balde de água fria me atingindo, eu acordava inquieto, mas a onda de adrenalina durava poucos segundos até que eu estava quase a beira da exaustão. Já era domingo de manhã e eu ainda não havia conseguido dormir e sabia que não dormiria tão cedo assim que pisasse em casa.Era estranho pensar que essa era minha casa, o casarão dos Stirling era com certeza o maior da rua, e nunca fora minha. Ela sempre fora de Michael.. Quando eu pensava em voltar a Londres, imaginava um quarto menor perto da área dos bancos, um lugar pouco popular entre a nobreza, mas até então eu era de uma família nobre e não um. E agora aqui estava eu, dono de uma propriedade de família e um titulo de nobreza que nunca foram meus. Me sentia traindo Michael por tão cedo após sua morte me apoderar de suas posses e títulos.

Pensei em ficar mais algum tempo em Edimburgo, para que não pensassem de que éramos uma família desunida apenas esperando um morrer parar roubar a fortuna e bens.. Mas conhecendo-o como eu o conhecia ele colocaria as responsabilidades antes dos sentimentos, e acharia uma falta de consideração para com ele e com mamãe minha ausência.Esse era Michael, mesmo em uma situação desconfortável e obviamente difícil ele abriria mão de seus próprios conflitos para pensar no melhor. E eu me perguntava se algum dia eu conseguiria ser tão bom quanto ele. O conheiro parou, e eu pude ver a casa através da janela pequena, mesmo através do nevoeiro comuns do começo do inverno londrino.
Não esperei que Jorge abrisse a porta, e logo estava na calçada atravessando a passos longos o pequeno jardim e entrando em casa com um desespero que aumentavam a cada passo, e me surpreendia pela sua intensidade, já que dado ao meu torpor e sonolência achei que os sentimentos viriam com menos intensidade.Minha irmã, Mary me encontrou no meio do caminho, ela vestia longas vestes negras, típicas do luto, e quando se jogou em meus braços, eu podia sentir aquele meu desespero espelhados em seu abraço.

A situação toda era estranha. Eu gostaria de ter outras palavras, mas era apenas estranho. Como se eu estivesse assistindo a cena de fora, como um expectador de um drama. Minha mãe e minha irmã contaram como parentes distantes se manifestaram assim que souberam da morte Michael, e que se eu demorasse mais em me apresentar como duque, eles estariam mais do que preparados para tomar o “fardo” da família. É óbvio que para eles, a minha mera presença não era o suficiente. Todos sabiam que eu não era, e muito provavelmente nunca seria Michael.  Minha fama de mundano, e vida frívola era de conhecimento vasto entre a família, mas até dois dias atrás isso não era um problema. Mas ninguém quer um irresponsável como portador do título da família e ainda mais importante, da fortuna da família.
Eu mal havia sentado na sala de chá, e minha mãe, que como toda boa duquesa, já estava a falar de todos os detalhes e fofocas e problemas da família Stirling. Era o tipo de coisa que Michael prestaria atenção e resolveria em apenas duas sentenças.. E que eu nunca nem prestei atenção. E agora com o sono pesando a dois dias, não seria diferente.

O engraçado é que minha mãe nunca havia usado o tom “Duquesa de Kilmartin” comigo, eu era o filho amoroso e desajuizado a quem ela desaprovava sorrindo. E agora, eu não era mais seu filho levado, e nem o líder da família. Eu era um elo perdido. E essa sensação toda estava me deixando enjoado.Minha mãe percebendo meu estado me deixou sozinho por um momento, e por mais exausto e enjoado e todas as emoções juntas e misturadas, eu não conseguia me concentrar em nada, e acabei encarando o vitral a minha frente, olhando a rua embora não enxergasse nada.

Ouvi a porta se abrindo, sem animo me virei para olhar e me deparei com uma menina, seus traços não aparentavam os de muito mais dos 18 anos, era pequena e delicada e com cabelos ruivos bem marcantes, contrastando sua delicadeza natural. Ela carregava uma bandeja com chá e xícaras, e simplesmente por que eu não tinha como fazer outra coisa, analisei cada movimento dela. Ela fazia tudo com muito firmeza e prática, e parecia tranquila. O tipo de pessoa serena e eu  me peguei a invejando tanto, porque apesar do trabalho servil ela não aparentava nenhum tipo de raiva, ou tristeza ou até mágoa. E então, talvez pelo sono, ou pela falta de filtro de que me era natural deixei escapar. – Será que algum dia fica mais fácil abrirmos mão de quem somos para ser alguém que precisamos ser? Ou será que todos os dias vamos acordar e pensar “O que estou fazendo?”
 
Soltei tudo de uma vez, sem pensar uma vez se quer no que estava dizendo, ou para quem estava dizendo, e então me senti envergonhado, ela era nova e isso não era assunto para donzelas tão jovens. - Me perdoe, acho que posso culpar o cansaço, mas ainda sim agi de maneira imperdoável. Como se chama, senhorita? – Perguntei usando do meu charme que fluía sem minha autorização. E então percebi que precisava urgentemente de uma noite de sono.



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Mensagem por Emma Morgenstern Sáb Jun 06, 2015 2:21 am

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A atmosfera era de tensão. Inúmeras pessoas cruzavam a porta dos Stirling desde que o Sr. Michael havia morrido. Nós, empregados, estávamos mais atarefados do que nunca, sem falar no estresse. Não dava para trabalhar direito sabendo que um dos seus patrões havia morrido no andar de cima. Eu não acreditava completamente em fantasmas, mas algumas garotas da cozinha podiam jurar que estavam ouvindo sussurros estranhos perto dos aposentos do antigo duque. Resolvi que o melhor a fazer era me concentrar inteiramente nos afazeres, para que a Sra. Violett não achasse nada de errado além do fato de seu primogênito estar morto. O que já era bastante coisa, convenhamos.

Passei o dia lavando e servindo pratos; enchendo taças e encerando o chão. Morrer dava trabalho, aparentemente, e eu estava começando a sentir uma pontada de raiva do Sr. Michael, quando percebi que ele não tinha culpa alguma. Ninguém morre pensando no que os empregados vão ter de fazer, afinal; nem em quantas pessoas vão ter de servir.

Eu estava indo levar minha última bandeja. Trocaria de turno com Annabeth depois daquilo. Nós tínhamos jornadas estipuladas internamente, só para o caso de ninguém morrer de exaustão. Anna era uma das únicas amigas na casa dos Stirling, e quando eu disse que não queria passar o dia todo e parte da noite servindo pessoas que vinham prestar falsas condolências, ela entendeu perfeitamente. Mas a verdade é meus planos foram frustrados.

Quando pisei na sala de estar, equilibrando a bandeja em uma das mãos do jeito que havia aprendido, sua presença imediatamente me chamou a atenção. Ele se parecia com o Sr. Michael de uma maneira assustadora, exceto que sua postura era mais relaxada, e ele era mais jovem e descontraído nos movimentos, por mais que sua expressão demonstrasse cansaço e tristeza. Eu sabia que a Sra. Violett tinha um filho mais novo, mas ele nunca havia estado em Londres desde que eu passei a trabalhar para a família. Também não imaginava que ele fosse tão jovem e... bem, bonito, é claro; qualquer um poderia ver. Corei com o pensamento. Que absurdo eu pensar algo assim em relação a ele! Eu, que limparia suas botas, assim como antes limpava as de seu irmão mais velho. Era ridículo.

Senti seus olhos em mim enquanto eu organizava a bandeja com as xícaras para o chá da tarde em cima de uma mesa, e aposto meu salário como devo ter ficado da cor de meus cabelos. Mas juro que quase derrubei a louça quando ele dirigiu a palavra a mim. Porque só podia ser a mim; até olhei para os outros cantos da sala para ver se tinha mais alguém, mas éramos os únicos no recinto. Ao mesmo tempo, não era como se ele falasse comigo exatamente, mas como se pensasse alto. Eu não deveria ter respondido, mas era burra o suficiente para responder. – Seria mais fácil se simplesmente fossemos nós mesmos, não? Poupa trabalho. – mordi o lábio depois de ter falado a primeira coisa ridícula que me veio a cabeça. Eu podia pelo menos pensar duas vezes antes de responder um nobre, que devia me achar patética. Pelo que havia ouvido, ele havia se graduado em Direito em Edimburgo, por mais que eu não soubesse muito bem o significado disto.

Servi uma xícara de chá com cuidado para não virar, já que minhas mãos tremiam, sem motivo aparente. Talvez ele tenha ficado constrangido com minha intromissão, pois rapidamente pediu desculpas, falando comigo de um jeito que homem algum havia falado em toda a minha vida, que não era muita, no fim das contas; mas ainda assim... – Ah, não se desculpe! – falei rapidamente, deixando cair algumas gostas do bule por ter me virado bruscamente. – Quero dizer... Está tudo bem, afinal, a casa é do senhor. Tem o direito de falar o que bem entender.

Só então percebi que ele havia perguntado meu nome, como se eu fosse alguém interessante, e não a empregada. Caminhei até sua poltrona e lhe entreguei a xícara com chá, sentindo que aquilo poderia tranquilizá-lo, de alguma forma, mas ao mesmo tempo querendo ficar mais próxima dele. – Eu me chamo Emma, mas sua mãe prefere me chamar de “criada”, então, fique à vontade – sorri brevemente, saindo de perto quando ele tomou a xícara em suas mãos. Tarde demais percebi que estava sendo a pessoa mais insensível do mundo naquele momento. – E... Ahm... Meus pêsames, senhor. Deve estar sendo um momento difícil – eu queria me bater por não ter dito isso no primeiro instante em que o vi. Que espécie de idiota eu era?


Última edição por Emma Morgenstern em Dom Jun 07, 2015 1:04 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Edmund Stirling Sáb Jun 06, 2015 1:59 pm

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Pode parecer estupidez, mas a resposta de Emma me acertou em cheio.. Talvez por ter respondido já que moças novas normalmente não falavam sobre nada mais importante do que laços e vestidos, ou então pelo fato dela ter respondido sem pensar, como se tivesse uma opnião formada sobre tudo e não precisasse pensar para responder algo que pareceria tão simples e óbvio. Quer dizer, eu sempre fui quem eu era, independente de quem eu devia ser. E sempre tinha dado certo de uma forma ou de outra. Parecia óbvio que eu deveria ser que eu sempre fora e não me forçar a ser alguém que não era. E por um momento eu me permiti acreditar de que sim, eu poderia continuar sendo Edmund Stirling, apenas um advogado da capital escocesa e nada mais.

 Sorri, aproveitando aquela sensação enquanto ela durasse, porque em algum momento eu sabia de que ela desvaneceria como fumaça e eu teria que ser uma pessoa completamente diferente, vivendo uma vida que não deveria ser minha. Mas Emma havia conseguido me dar momentos de paz, coisa que eu achei que seria impossível dado as circunstâncias.
Quando ela disse que essa minha casa, e que eu não deveria me desculpar me senti tonto, e o enjoo começava a voltar gradativamente. – Sim.. Acredito que tenha razão... – Soltei sem vontade e então me estiquei para pegar a xicara como se cada movimento exigisse muito esforço.

  Por algum motivo, eu não gostei de que ela fosse tratada com tamanha indiferença,  sendo privada de ser chamada pelo nome e então, involuntariamente, franzi a testa a olhando com interesse. – A senhorita não me privaria o deleite de chama-la pelo nome... –  O gracejo saiu sem pensar embora fosse verdade, já que seu nome era lindo e combinava perfeitamente com ela. Porém eu percebi que como o duque que agora era, eu não podia soltar gracejos com as arrumadeiras sem pensar e logo emendei, no meu melhor tom de senhor sério e respeitável. – E como a senhorita mesmo comentou, muito sabiamente, agora essa é minha casa e partir de agora será chamada com respeito que merece.
Dei um gole no chá, que estava como eu gostava, puro. Muito diferente do gosto geral dos ingleses. – Trabalha há muito tempo aqui, srta. Emma? – Perguntei, sentindo a súbita vontade de saber mais sobre aquela garota que tinha opiniões tão fortes e as deixava escapar tão livremente, como uma brisa de ar fresco, afastando o ar denso e deprimente que havia me rodeado nos últimos dias.



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Mensagem por Emma Morgenstern Dom Jun 07, 2015 12:50 am

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Em poucos minutos na presença do filho caçula da Sra. Violett pude fazer uma constatação: ele exalava charme. E não era somente pelo fato dele ser bonito ou vestir-se com ternos bem recortados; suas palavras eram naturalmente carregadas de um tom mais paquerador, e eu sabia que aquilo não era bom para mim. Certamente ele estava acostumado a ter as mulheres que quisesse. Não devia ser exatamente um desafio para alguém com sua aparência; isso fez com que eu enrubescesse uma vez mais. Eu não tinha direito de fiscalizar a vida de meus patrões, estivessem eles agindo de acordo com a moral e os bons costumes ou não. Se o jovem Sr. Stirling fosse um galanteador com certeza não o seria comigo; eu devia estar enganada quanto a isso.

Ainda assim, quando ele falou algo sobre o meu nome engoli em seco, me voltando para a mesa com as xícaras e o bule para que ele não pudesse visualizar a expressão em meu rosto. E confesso que me derreti por dentro quando ele fez menção de que eu – eu, uma reles arrumadeira – merecia respeito. Sabia que ele provavelmente falava aquelas coisas em razão de sua educação refinada. Nunca me viram como digna de respeito, tanto que, nem minha própria mãe pensou que eu fosse, quando me expulsou de casa sem direito de defesa. Ainda guardava mágoa em relação a ela, mas era incapaz de odiá-la por isso. Ela estava apaixonada por aquele traste, e quando estamos apaixonados ficamos cegos. Ao menos fora isso que me falaram, já que nunca vivi a experiência por conta própria.

Não pude deixar de responder o homem, que, estranhamente, fazia com que eu me sentisse confortável para falar: - Perdoe-me, senhor, mas, caso não tenha percebido, não sou nenhuma lady para ser tratada com respeito – disse, apesar de não ser essa minha real opinião em relação ao assunto. Eu acreditava que todos mereciam respeito, independentemente de classe ou características pessoais.

Senti uma pitada de interesse de Edmund, como se ele se importasse com quem eu era quando me perguntou sobre o trabalho. Ou talvez fosse a minha imaginação. A questão é que ele era absurdamente educado, de uma forma que eu não estava acostumada a ver no lugar de onde vim. – Há bem pouco tempo – disse triste, pensando nos motivos que me levaram a estar ali. Não fosse tudo o que acontecera comigo, eu não estaria naquela saleta conversando com Edmund Stirling. É, o mundo dava voltas. – E não se incomode em me chamar de senhorita – falei, rindo de seu comportamento. – O senhor é sempre assim cavalheiresco? – disse em tom de gozação, esperando que ele não se ofendesse. Que dúvida... Ele não era só um cavalheiro. Era um príncipe.
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Mensagem por Edmund Stirling Dom Jun 07, 2015 1:34 pm

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 Era dificil manter a postura que eu deveria, quando ela era tão inquietante. Eu poderia dizer que por ela ser bonita – e mesmo morrendo de cansaço e triste eu ainda podia perceber que Emma era mortalmente encantadora – e que eu nunca fora bom em resistir a belas moças. Ou que dado a minha privação de sono, meus filtros do que falar ou não estavam um tanto comprometidos, ou porque eu só precisasse conversar com alguém que não me via como Michael. Mas nenhuma dessas opções me parecia completamente correta. Ela era magnética.  Como suas expressões mudavam enquanto falava, ou servia chá, ou como sua postura se retesava quando não concordava com o que ouvira. Como por exemplo quando ela disse que não merecia ser tratada com respeito por não ser uma lady, mas ao mesmo tempo sua expressão não concordava com a sentença.

 A encarei, estudando suas feições com cuidado enquanto respondia. – Receio discordarmos nesse ponto, stra. Emma.. Para mim todas as moças merecem ser tratadas com respeito, principalmente moças tão prendadas como a senhorita. Não se desvalorize. – Disse, apreciando o chá, e então apoiando a xícara na bandeja, voltando a me sentar, até meio desengonçado, na cadeira como um peso morto.

- E está gostando daqui? – Perguntei interessado na opnião da garota na gestão da casa. Não era algo que eu prestasse atenção antes, mas sentia que era o tipo de coisa que o novo administrador deve saber, como todos os moradores se sentem  debaixo do seu teto. Eu estava quase me deixando levar, em um pensamento inquietante de ter Emma debaixo do mesmo teto que eu, e em como nos veríamos regularmente quando ela me alertou ao dizer que não precisava chamá-la de “senhorita” – Me desculpe, não sabia que já havia se casado.. – Me desculpei sinceramente, afinal não era minha intenção desrespeitá-la, mas um sentimento estranho de pesar se instalou no meu peito ao saber de que Emma pertencia a outro homem.

 Sorri com a provocação dela, como um espelho do sorriso dela, já que sua postura havia se tornado mais relaxada e brincalhona e esse era o tipo que combinava mais com ela.  – Eu tento evitar o máximo que posso, sra.  Creio que seja um habilidade natural, e nesse caso, minhas mãos estão atadas.. – Dei um sorriso torto, dessa vez de propósito, mesmo sabendo que era errado sorrir dessa forma para senhoras casadas. Mas como eu havia dito para Emma, eu simplesmente não conseguia evitar, e era particularmente mais difícil perto dela.




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Mensagem por Emma Morgenstern Dom Jun 07, 2015 10:59 pm

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Percebi que não poderia demorar muito mais servindo aquele chá. Nós em geral não perdíamos tanto tempo fazendo serviços simples que não exigiam esforço, o que adiantava os mais complexos. Alguém poderia estranhar minha demora, pensar que eu estava fazendo de propósito para não ter de fazer outras coisas, porque uma coisa era certa: sempre havia o que fazer na casa dos Stirling. Talvez porque fosse composta de quase cinco andares, se se levasse em conta o porão e o sótão, que servia de quarto para alguns empregados. Eu dormia mais próxima das cozinhas, no andar térreo, de modo que era sempre uma das primeiras a levantar. Lembro-me da primeira vez que a governanta – Daphne, que trabalhava com os Stirling havia vinte anos, acompanhando-os desde que moravam na Escócia – me apresentou cada cômodo da mansão, dando indicações dos lugares em que eu jamais poderia pisar, bem como dos que eu deveria limpar com mais cuidado.

Naquela tarde, ainda tinha que revisar os quartos do segundo andar – curiosamente o quarto do próprio Sr. Edmund, já que ele estaria retornando e se instalaria definitivamente ali – e verificar se estava tudo na mais perfeita ordem para o conforto do futuro Duque. Isso, se eu conseguisse deixar aquela sala sem parecer grosseira, o que, no meu caso, dificilmente dava certo. E outra: eu não queria deixar aquela sala; não era todo dia que alguém me tratava com tamanha delicadeza. Na verdade, isso nunca acontecia. E ele era tão educado que chegava a doer. Pensei em beliscar o braço, só pra ter certeza que Edmund Stirling era real, e não um ser da minha imaginação que parecia ter saído de um romance de Jane Austen.

- Obrigada, mas certamente encontrará muitas moças prendadas por aqui. Pensei em todas as empregadas da Duquesa Violet, que eram infinitamente mais talentosas com uma bandeja do que eu. Também pensei que eram infinitamente mais belas... Será que ele trataria todas dessa forma? É provável que sim, sendo naturalmente educado. Pensar nisso fez com que eu sentisse uma pitada de ciúmes repentinamente, que era um sentimento totalmente deslocado, dadas as circunstâncias. Eu não era mais especial do que ninguém para ser a única a merecer a educação do jovem duque. Chacoalhei a cabeça, como se o gesto pudesse afastar esses estranhos pensamentos.

- Devo ser sincera, senhor? – perguntei, com um sorriso travesso nos lábios, dando a entender que tudo poderia ser horrível ali; em parte era, dependendo do temperamento de Violet Stirling. – Estou gostando muitíssimo. Nunca comi tão bem em toda a minha vida. Não era segredo que as pessoas dos bairros pobres de Londres passavam fome e Edmund não era uma pessoa ingênua; qualquer coisa que falasse para ele sobre esse assunto seria redundante.

Fiquei momentaneamente perdida quando ele falou que não sabia que eu havia me casado. Encarei seu rosto para me certificar se ele não estava simplesmente sendo bem humorado, mas sua expressão era séria. Talvez até... desapontada? Ele havia interpretado meu comentário da forma mais errada possível!, me dei conta. Entretanto, não seria um absurdo se eu já estivesse casada. Na realidade já estava me tornando uma “solteirona”, como muitos gostavam de dizer, já que estava prestes a completar 22 anos e não tinha expectativas de matrimônio.

Ri de seu comentário e de sua forma de tratamento. “Senhora” com certeza era muito pior do que “senhorita”. Ele me olhou confuso quando comecei a rir sem parar, então resgatei a voz antes que alguém viesse ver o que estava acontecendo naquela sala. – Ah, não. Não, não, não. Eu preferia mil vezes o senhorita. Não sou casada, senhor, e temo que isso não venha a ocorrer tão cedo. – essa última parte soou melancólica, e deprimente, confesso. Ele pouco devia se importar se eu não tinha pretendentes... Por que eu não tinha filtros entre a língua e o cérebro? – Quer dizer, não é como se eu tivesse filas de homens me oferecendo uma aliança... E nem esperaria isso, tampouco. – complementei rapidamente. – Mas e o senhor... Já tem moças em vista? Não deve ser exatamente difícil para alguém como... – gaguejei um pouco antes de completar o pensamento, porque analisava nesse exato momento seu rosto esculpido – Como você.

Isso deve ter soado estranho porque Edmund ficou em silêncio por alguns instantes antes de responder. Nossa, eu estava passando dos limites. Se a duquesa sonhasse que eu havia dito algo assim ao seu herdeiro me mandaria embora num piscar de olhos. – Me desculpe -- emendei – acho que estou sendo invasiva, não é? Corei, recolhendo a louça, pronta para voltar para a cozinha antes que fosse despedida.
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Mensagem por Edmund Stirling Ter Jun 09, 2015 11:28 pm

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 Sei que eu não deveria. Afinal existiam muitas razões que me impediam de sentir qualquer coisa ligada a srta. Emma. Mas eu não consegui deixar de sentir um imenso alívio ao saber que ela não era casada. Era estranho, afinal, acabamos de nos conhecer e seu status de relacionamento não deveriam ser tão importantes pra mim. Talvez eu devesse ficar chateado por ela, uma moça de poucos bens ainda não ter se casado e a tirado da vida trabalhadora como merecia. Mas eu era egoísta o suficiente para ficar contente em saber que o coração de Emma estava disponível... Mesmo soando como loucura, afinal eu mal a conhecia.

 No entanto, quando ela soltou aquele sorriso travesso, perguntando se podia ser sincera meu coração faltou uma batida, e eu sabia que queria ver aquele sorriso ali todos os dias da minha vida. Foi assim. Aquele tipo de certeza que vem do nada, mas que parece definitivo. Sorri também, embaraçado pelos meus pensamentos e então respondi animadamente, talvez até mais do que a conversa pedia. – Isso me alegra muitíssimo! – Embora eu realmente ficasse contente com a dieta dela, seu sorriso era a verdadeira razão por trás da resposta.

 Eu ainda estava sentindo a leveza daquela nova certeza que me arrebatou quando ela começou a rir, negando que era casada e me deixando confuso e depois mortalmente aliviado.. Foi quando ela pareceu extremamente constrangida a comentar sobre minhas esperanças matrimoniais.Demorei um pouco, ponderando se o comentário sobre isso significava que ela estava sentindo aquela tensão estranha no ar, como eu, e me permiti pensar que sim, demorando um pouco até responder, mas quando o fiz fui tomado por um súbito bom humor, que tinha como única responsável a srta. Emma, e respondi de um jeito bem despojado e alegre.

- Bom... Naturalmente minha mãe pretende que eu me case logo, já que agora eu sou o herdeiro da família.. Mas ela me conhece bem o suficiente para saber que eu não me casaria com alguém que eu não sentisse real afeto.. E no momento eu estou procurando por algo bem mais singelo. – Dei uma pausa para analisar sua expressões. E estudar sua reação.- Veja srta. Emma, eu acabo de retornar a Londres e estou completamente isolado da vida social e de bons amigos.. De modo que o que eu realmente preciso agora, é um bom amigo, ou amiga... – Senti receio em terminar a frase, de modo que ela saiu quase um sussurro, e faltando aquela segurança que me era normal.. – A srta. Aceitaria esse fardo medonho de me fazer companhia? – Eu a olhava nos olhos, afim de compensar minha pergunta digna de um garoto de onze anos em seu primeiro contato com o sexo oposto.

 Quis me chutar pela minha pergunta patética. Afinal eu era um homem. E um duque. E não deveria agir como um menino. E acho que meu rosto a alertou já que a pergunta seguinte parecia preocupada em estar sendo invasiva. – Nem um pouco, srta. Emma. Nem um pouco. – Sorri genuinamente. – Sua presença esta sendo renovadora, e até por isso, peço que considere meu pedido com carinho, e possa me fazer esse favor, se assim desejar.




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Mensagem por Emma Morgenstern Qua Jun 10, 2015 6:58 pm

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Mr. Stirling era um romântico? Era o que parecia, dada a sua resposta ao meu questionamento acerca de matrimônios. Não pude deixar de sorrir com sua resposta, me sentindo mais tímida instataneamente; aquilo parecia tão íntimo, e ainda assim ele não fazia nenhuma questão de esconder de mim. Gostei mais dele por isso, por mais que pensasse em meu interior que o homem podia simplesmente estar brincando comigo. Em geral, eu não conhecia homens românticos. Os ingleses eram sérios e frios, nunca deixavam entrever seus sentimentos, mas também, não era como se eu tivesse uma vasta experiência com homens. - Entendo ao que o senhor se refere. É o mínimo que alguém deveria ter direito: casar-se com alguém que ame. - Todos sabiam que isso era quase utópico na época em que víviamos, mas sempre havia um ou outro sortudo. Sendo Edmund Stirling um dos partidos mais desejados de Londres, era provável que ele pudesse se dar ao luxo de escolher.

Meu sorriso se alargou mais ainda quando ele pediu de um modo tão sincero que eu me tornasse sua amiga. Quem era eu para ser amiga de um duque? Aquele homem não devia estar em seu juízo perfeito, mas confesso que nunca me senti tão feliz na vida. - Realmente, Mr. Stirling, trata-se de um fardo medonho, quase insuportável, eu diria... Mas, em minha infinita bondade, conceder-lhe-ei o privilégio de minha presença - ri, me sentindo boba. Sentia que nada que eu dissesse seria visto com maus olhos por Edmund, porque, apesar de nobre, não agia como a maioria deles. Pelo contrário: conversava com criadas e pedia a amizade delas.

- No entanto, sinto dizer que no momento terei de privá-lo de minha presença, pois há muito a fazer - disse, pegando a bandeja com as xícaras para levar de volta à cozinha. Antes de sair, fiz um arremedo de reverência, deixando-o sozinho com seus pensamentos, mas sentindo seus olhos em mim enquanto eu deixava a sala. Não pude deixar de notar que essa certamente seria uma amizade incomum. Uma amizade que não poderia ser do conhecimento da dura duquesa Violet que era exatamente igual aos nobres em geral. Por quem será que o filho havia puxado?
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Mensagem por Edmund Stirling Seg Jun 15, 2015 6:23 pm

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 Era impossível deixar de sorrir. Tudo em Emma era encantador. A maneira que se envergonhava. A maneira como sorria tímida ou com todos os dentes. Eu estava ficando hipnotizado por ela inteira. E isso não podia significar boa coisa.
Assim que ela respondeu – de uma maneira encantadora – eu fui incapaz de controlar um sorriso, embora tentasse o disfarçar. – Srta. Emma, você acaba de me fazer muito feliz. – Digo sinceramente, a olhando nos olhos, tentando conter aquele sentimento bom que enchia o meu peito.
Porém.. Cedo demais, ela diz que precisa ir, e embora eu quisesse ficar com Emma o dia todo, eu sabia que não devia atrapalhá-la e meu corpo também gritava pedindo uma cama. – Perdoe-me srta. Emma.. Espero vê-la em breve. – Disse me levantando e percebendo pela primeira vez nossa diferença de altura gritante e beijando sua mão delicadamente.
Assim que ela saiu, fiquei alguns segundos encarando a porta, tentando acreditar de que tudo aquilo havia realmente acontecido. No entanto o sono falou mais alto e logo depois fui para os meu aposentos, da qual quase entrei em coma e só sai depois de vinte e quatro horas. Nem preciso dizer que uma certa ruiva rodeou quase todos os meus sonhos.




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