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[RP] Welcome to Pandemonium

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Mensagem por Cassandra Hanôver Sáb maio 23, 2015 11:58 pm



Dados da RP


RP: Aberta.
Abertura da futura casa noturna mais badalada de Londres.

Noite | 31 de outubro de 1861.
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Mensagem por Cassandra Hanôver Sex maio 29, 2015 8:36 pm




Who he think he is? Look at what you did to me



Nem que a torturassem ela admitiria, mas a verdade era que Cassandra havia esperado ansiosamente por aquela noite. A notícia de que uma nova casa noturna seria aberta no submundo de Londres havia chegado até ela por acaso, enquanto tomava chá. A visão havia iniciado desfocada, como que em meia luz, até ela se dar conta de que, de fato, o local estava em meia luz, com pessoas se amontoando umas sobre as outras e conversando animadas, enquanto recendiam à álcool. O nome daquele lugar deplorável lhe surgiu à mente, e ela soube exatamente quando aquilo aconteceria. Misturar-se com a plebe de Whitechapel em dias normais não seria o programa preferido de Cass, mas naquela noite ela queria ver com os próprios olhos -- e não através de uma névoa -- o "Club Pandemônio".

Para isso, havia planejado tudo. Permaneceria no Baile de Máscaras promovido por Victoria até a meia noite, e depois, de uma hora pra outra, ela se sentiria doente. "Talvez seja o vinho, querida", diria sua tia, e ninguém mais a importunaria em seu quarto depois que ela se recolhesse. Os bailes de halloween eram decididamente os melhores no palácio, em especial no tocante a beijos -- ninguém se importava com o fato de ela ser uma duquesa quando uma máscara encobria seu rosto -- mas estava na hora de tentar algo novo e perigoso.

Quando se viu na noite fria de Londres ela pensou se aquilo realmente valia a pena. Vestia uma capa escura com capuz, de modo que era impossível que a reconhecessem. Por baixo, ainda vestia a fantasia do baile: um delicado vestido verde escuro, coberto de penas negras e azuis; no rosto, uma máscara colada aos olhos brilhante. A fantasia de pavão refletisse exatamente a personalidade da que a vestia, mas se alguém olhasse atentamente veria que aqueles tecidos requintados jamais seriam usados por alguém de Whitechapel, assim como as sapatilhas ornamentadas com pérolas.

Cassandra subiu na primeira carruagem que viu, ordenando ao cocheiro que a levasse ao bairro mais pobre de Londres. Sentiu-se rdícula e, ao mesmo tempo, extremamente animada. Não demorou muito para que o carro parasse em frente ao ponto mais iluminado daquela rua, que poderia muito bem ser um beco. Soube que a fachada do local era a mesma de sua visão no momento em que a viu.

Diversas pessoas entravam no Club  Pandemônio, sem que houvesse qualquer fiscalização à porta. Ao que tudo indicava, não era necessário nenhum convite vip para participar do evento. O interior, como Cassandra imaginou, era quente e levemente fétido. Enrugou o nariz ao inspirar aquele ar, sabendo que aquele era o lugar errado para a Duquesa de Saxe-Coburgo. Se seu pai a visse naquele antro certamente infartaria. Sorriu com o pensamento; ele sempre tentava freá-la e jamais conseguia.

A única coisa que serviam era cerveja, algo que Cass não tivera o privilégio de provar até aquele momento. Pegou uma caneca, virando rapidamente sem pensar na sujeira que a cercava. Depois de alguns goles, mais o calor excessivo do ambiente, já sentia-se tonta. O lugar estava tão entupido de pessoas que quando ela virou-se para sair do turbilhão acabou colidindo com um moreno, o que fez com que virasse o restante do conteúdo de seu copo na parte da frente da capa que vestia. Fuzilou o moreno com todo o ódio que conseguiu reunir. Como ele ousava? - Seu idiota! Veja só o que você fez! - atirou o maldito copo para longe, sentindo-se pegajosa e fedendo a cerveja. - Me dê seu casaco. Agora! - ela falou para o moreno, esquecendo-se que deveria manter sua identidade oculta, o que incluía não sair por aí proferindo ordens a torto e a direito.


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Mensagem por Maximillien Västergötland Sáb maio 30, 2015 12:35 am


A gentleman, for sure.

Pandemonium. Maximillien se deliciava até mesmo com a palavra, brincando com suas cordas vocais enquanto repetia mentalmente o nome em sua cabeça. Era óbvio que o clube era apenas uma fachada para o que ele e Killian estavam fazendo, mas mesmo assim era intrigantemente fenomenal abrir mais uma casa noturna dentro da cidade de Londres -- londrinos festejavam como só os franceses sabiam fazer, antigamente, mesmo que trabalhassem como verdadeiros burros de carga durante o dia. Não era um lugar onde ele normalmente se encontraria, dada a sua posição social e as suas preferências conquanto às relações que mantinha, mas mesmo assim, seria uma bela válvula de escape, e que melhor maneira de se entrelaçar com o submundo londrino, formular sua base bem debaixo do nariz gigantesco -- e paranoico -- da rainha, do que em Whitechapel, justo no local preferido de encontro de todas as criaturas sobrenaturais da Europa? Permitiu-se sorrir, apreciando seu uísque enquanto a carruagem se dirigia para a ruela, ainda em pleno dia. Só de imaginar a dor de cabeça que teria que enfrentar, Maximillien quase deixava todo o trabalho para o Dell'Aquila, mas fora ele quem o obrigara a entrar em seu esquema, e era um cavalheiro honrado, afinal. Não fugiria aos preparativos finais para aquela noite inesquecível, mesmo que, em seu âmago, não desejasse se esfregar com mulheres fétidas durante a noite toda. Assim que chegou ao local, a multidão já estava começando a se formar, e Maximillien acenou, displicentemente, praticamente ignorando todos os paupérrimos de Londres enquanto entrava na habitação. Não tinha muita elegância, mas o público alvo não esperava aquilo, de qualquer forma, pé direito alto, coberto com luzes displicentemente alocadas. Seria perfeito para a classe subalterna.

O que o interessava estava longe da vista dos comuns, entretanto. Caminhou até uma porta escondida do salão, descendo as escadas para um porão onde encontrou com alguns de seus mais confiáveis amigos, apenas para verificar se estava tudo certo para inaugurarem aquele lugar logo. Lá ele se encontraria com os líderes de todas as raças as quais a aclamada rainha estava caçando -- inclusive a sua própria irmã. Assim que terminou, entretanto, não voltou aos Kensington Gardens para se arrumar para uma noite que, ele sabia, seria mais longa do que esperava. Não suportava o pensamento de ter que olhar para Freya, não depois do que fizeram, então se embrenhar em todo o tipo de trabalho, evitando-a o máximo possível, era a única resposta que Maximillien conseguiu fabricar, em tão pouco tempo. Respirou fundo, lembrando do sabor dos lábios da irmã em contato com os seus, e teve a sensação de que alguém o estava socando. Talvez fosse Cesare, alertando-o para acabar com aquele pecado logo, mas algo o dizia que era muito pior que isso. Ele precisava esquecê-la, esquecer aquele episódio e esquecer que tinha maculado a irmã daquela forma, pelo bem de ambos, especialmente o da sua sanidade.

Suspirou, trocando de roupa enquanto os organizadores do evento o importunavam com mais e mais detalhes que, no final, não faziam efeito algum, mas que mesmo assim ele se debruçava sobre. Precisava de tudo perfeito. Era o Halloween, uma noite sombria em que as maiores perversidades da humanidade rumavam desgovernadas. Uma data simbólica, com certeza, mas a ironia conseguiu trazer um sorriso aos lábios de Västergötland -- sorriso esse que se desvanecera desde que possuíra sua irmã, desde que percebera o tipo de besteira em que tinha se envolvido. Ignorou o restante dos empregados, alegando estar com dor de cabeça, enquanto entrava no banheiro e se apoiava na pia. O ser que o encarou era nada menos do que uma pessoa que estava prestes a enlouquecer, mas ele realmente precisava se manter são, pelo bem dela. Droga, tudo tinha a ver com ela, até mesmo a inauguração daquele clube estúpido. Negou, ajeitando o cabelo enquanto saía do banheiro e exigia um copo de uísque. Talvez o álcool o ajudasse a passar por aquilo tudo, mas a verdade era que, por mais que não desejasse admitir, Maximillien estava desmoronando sem Freya por perto para contrabalanceá-lo.

A noite calou o brilho do sol, e Londres adotou uma esfera demoníaca, para se dizer o mínimo. As piores pessoas entravam pelas portas suntuosas do clube, e por segundos, ele se esqueceu de que aquilo tudo era por um objetivo maior, prestes a cair nos piores tipos de atrocidades que a noite de Halloween oferecia. Victoria chegou a convidá-lo para o Baile de Máscara, mas ele preferiu enviar Freya. Quanto mais longe ficasse da irmã, melhor. Respirou fundo, bebericando a cerveja de má qualidade que estavam servindo naquela noite e franzindo o cenho, não se lembrando de ter pedido algo daquele tipo, mas provavelmente Killian não desejava gastar muito do capital que tinham servindo bebida de qualidade para pessoas que sequer podiam pagar. Supunha que era para o melhor, mas passar por aquela noite sóbrio não era uma opção. Precisava se afastar de seus demônios, e só conhecia duas formas de fazê-lo, mas uma delas ele não poderia, jamais, tocar novamente. Sobravam-lhe os prazeres problemáticos que o álcool o proporcionava. Portanto, serviu-se novamente de mais uma caneca -- imunda, diga-se de passagem, teria que conversar francamente com Killian sobre os padrões de qualidade que um estabelecimento dele deveria ter -- enquanto observava Pandemonium vomitar pessoas, vestidas com as fantasias mais diversas, durante a noite. Talvez estivesse embriagado demais, depois de mais de dez canecas, ou talvez ele realmente sentisse falta de seu uísque costumeiro, mas estava se sentindo mais tonto do que de costume. Logo Lord Maximillien Västergötland, tropeçando em seus sapatos italianos. Aquilo não era possível, e se lembrava de ter rido consigo mesmo, enquanto a música e a fumaça, vinda do ópio, destruíam toda e qualquer barreira de sobriedade que Max pudesse ter construído, antes daquela noite. O único pensamento que conseguia formular, com alguma dificuldade, era apenas uma palavra: Freya. Bom, talvez não apenas uma, mas um amontoado de palavras que, juntas, sempre convergiam naquele nome. De início, bêbado como estava, não entendeu, mas depois percebeu que ela era importante. Tão importante que roubava seus pensamentos até em momentos nos quais não deveria. Fundo do poço, alguns diriam.

Negou, desleixado, tentando se afastar da multidão, tentando reencontrar-se com a mulher, mas foi impedido por uma colisão, que resultou em uma mulher -- não era Freya, pelo que se lembrava -- gritando consigo e exigindo seu casaco. Por alguns instantes, Maximillien a olhou, intrigado. Maximillien podia estar bêbado, completamente fora de si, mas não conseguiu deixar de ser como era, em situações normais, mesmo com uma moça tão mal-educada. Levantou uma das sobrancelhas, encarando-a de cima a baixo e analisando cada peça de roupa que vestia. Não era uma pobre alma de Whitechapel, apesar do vocabulário indicar o contrário. Levantou a própria caneca, tomando um gole lento da cerveja que ele estava passando a detestar, sem tirar os olhos da dama, que o fuzilava com o olhar sem nem mesmo ter pedido desculpas por ter entrado em seu caminho. Assim que terminou, depositou a caneca em um canto qualquer, ignorando toda a urgência por sangue que sentia, especialmente o sangue da morena que parecia ser tão cheia de si -- um membro da nobreza? Provavelmente. Maximillien, entretanto, não se sentia sóbrio o suficiente para se lembrar das características e de nada ajudava o fato da estranha estar usando uma máscara. Não poderia tratar uma nobre de forma grosseira, tampouco gostaria de fazê-lo com qualquer mulher. "Idiota? Dificilmente", negou, trincando o maxilar enquanto conduzia a mulher para um local menos movimentado, tentando segurar a ânsia de apertar o pescoço dela tão forte que se quebraria como quebrava um palito de dentes, mas ignorou todas as suas ânsias. Estava enfraquecido pela separação da irmã, e tampouco desejava uma publicidade ruim para seu clube -- ninguém poderia suspeitar do que faziam, afinal. Tinha que agradecer à mulher, entretanto. O surto de primadonna o fizera voltar a realidade, e agora Maximillien podia realmente ver que estava em um estado em que dificilmente veria alguma volta. Suspirou, certo de que deveria encerrar aquele assunto tão logo fosse possível, mas a mulher não parecia feliz por ter sido conduzida para um lugar mais calmo. "O que fiz, milady?", soltou uma risada lacônica, quase displicente demais para que Max a usasse em seu cotidiano. "Meramente esbarrei em você, se não estivesse segurando tão fracamente a caneca, nada disso teria acontecido", enquanto falava, Maximillien recuperava a sua sobriedade. Ao menos isso ele devia a mulher. "E não acredito que uma dama de sua categoria deva falar dialetos tão vulgares", levantou uma das sobrancelhas, mas provavelmente ela não percebeu, já que estava usando uma máscara. Suas vestimentas, também, não lhe eram muito corriqueiras -- usar aquela fantasia de pirata tinha sido ideia de Killian, sempre fora contra a ideia da festa ser a fantasia, uma imitação torpe da própria festividade que a Rainha propunha, mas cedeu, quando Killian passou a reclamar como uma verdadeira menina. "Tem um pedido implícito aí, tenho certeza, Srta.", sorriu forçosamente, as mãos dentro do bolso para que não ficasse tentado a nenhuma besteira.

Manteve o olhar da moça por alguns segundos, antes de virar o rosto, encarando a multidão que bebia e fumava sem muito pudor, sorrindo como se aquele fosse seu império. Realmente o era, e não havia uma alma ali que pudesse negar aquilo. "Entretanto, temo que seu pedido deverá ser frustrado. Por ora, pelo menos", sorriu cinicamente, as mãos já livres dos bolsos enquanto Maximillien traçava uma imagem mental da mulher. Não se esqueceria dela, nem tão cedo, e a encontraria -- obviamente, era uma nobre que não deveria estar ali, e sempre era bom ter uma vantagem ou duas para que pudesse chantagear aquele tipo de pessoa -- nunca se sabia quando iria precisar de um favor de alguém como ela --, mas ignorou seus planos mais profundos para se concentrar no presente. Ofereceu-lhe a mão, calmo o suficiente para tirar a capa dos ombros da moça e jogá-la ao acaso para longe deles -- provavelmente ela sequer tinha vínculos com aquela roupa --, destacando o vestido verde escuro que estava escondido, antes de tudo aquilo. "Como você pode perceber, Pandemonium é um pequeno inferno, e eu imagino como milady deve estar cozinhando dentro de uma capa como essa", soltou o ar pelo nariz, uma risada implícita, e ofereceu sua mão para a mulher. Era um cavalheiro, com toda e absoluta certeza e, mesmo que ela não tenha se demonstrado uma dama, era seu dever tratá-la como uma. Todos os sinais indicavam que ela o era -- uma bem insuportável, mas ele não fazia distinções, ao menos por aquela noite. "Assim que você for, eu prometo que lhe ofereço meu casaco, milady. Por ora, aproveite a noite", fez uma reverência, implicitamente irônica, mas provavelmente não teria percebido, não fosse a careta de nojo que se formou no rosto de sua acompanhante. Maximillien engessou seu sorriso, imaginando formas de quebrar aquela menina das piores maneiras possíveis, mas manteve sua careta polida. "A propósito, Lord Västergötland, ao seu dispor", foi educado o suficiente para beijar a mão da mulher, olhando-a nos olhos, antes de fazer menção de se afastar, mas a noite aparentemente seria mais longa do que pensara inicialmente.
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Mensagem por Cassandra Hanôver Sáb Jun 06, 2015 11:27 pm




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Cassandra tinha certeza que não conhecia criatura mais petulante na vida, em todos os seus anos vivendo na Côrte, isto que esta é conhecida por ser composta de pessoas nada amistosas. Estava habituada a ser bajulada e adorada por todos os homens que cruzavam seu caminho; dificilmente algum negaria um favor à duquesa prima da Rainha Victoria. Todos tentavam impressioná-la na esperança de que ela se interessasse por eles e os transformasse em nobres, em especial os burgueses, que apesar de serem escandalosamente ricos, viviam à margem da nobreza por não possuírem parentesco com a realeza nem favores reais. A morena os enxergava como ratos interesseiros, que a viam como uma escada, não como uma mulher. Era por isso que o comportamento do pirata – sim, ele vestia uma ridícula fantasia de pirata – do Pandemoniun lhe deixava intrigada. Mas havia uma coisa: ele não tinha a mínima ideia de quem ela era, caso contrário, estaria lambendo o chão em que ela pisava.

"Idiota? Dificilmente", falou o desconhecido, de um jeito estranhamente polido. E desde quando aquelas criaturas suburbanas de Whitechapell tinham acesso à educação?, pensou a Hanôver. E não era somente a fala: por mais que apresentasse um andar levemente cambaleante, o moreno mantinha a postura ereta, como se tivesse sido treinado a vida toda para comportar-se daquela maneira. Cassandra tinha plena noção de como era ter sido educada para ser uma perfeita dama/cavalheiro. Por anos teve de passar a maior parte das horas do dia com um livro equilibrado sobre a cabeça, e se por alguma razão ele viesse a cair, ela era imediatamente repreendida por sua tutora, que era a pessoa mais feroz que Cassandra conhecia em Londres, capaz de lançar olhares que faziam tremer até o mais corajoso dos mortais.

O moreno – que Cassandra não fazia questão de saber o nome – ainda deu a entender que a culpa era inteiramente dela, sendo que o bêbado trôpego da situação era ele. E pior: sugeriu que uma dama da categoria dela não deveria usar dialetos vulgares.

- Devo lembrá-lo, milorde, que minha caneca estava absolutamente segura até a sua infeliz aparição – falou desgostosa, contradizendo as palavras do outro. – Ademais, meu vocabulário não lhe diz respeito, portanto, tenho o direito de usar o linguajar que bem entender! E nada mais adequado para um lugar dessa categoria do que termos de baixo calão – disse, erguendo uma sobrancelha, como se fosse dona da razão. Aliás, ambos acreditavam que eram os donos da razão.

Percebeu, enquanto analisava friamente aquela criatura insuportável, que seus braços eram fortes e o cabelo escuro. Um pedaço da barba por fazer podia ser entrevisto na parte do rosto que a máscara não alcançava. Ele não era, de forma alguma, um ralé de Whitechapel ou das margens do Tâmisa; se estava ali, era pelo mesmo motivo que ela, ou um semelhante: para provar, por uma noite, da hospitalidade das tavernas do submundo de Londres.

E como gostava de falar... Aquela postura pedante já estava dando nos nervos de Cassandra, por mais que ela estivesse mais que acostumada com pessoas desse tipo. – Sinto informar-lhe, mon cher, que isso não foi um pedido – disse, desdenhosa. – Eu exijo seu traje. Mas o homem pouco se importou. Pelo contrário: agindo da maneira mais audaciosa que Cass achou ser possível, retirou a capa molhada de cerveja que ela vestia, desnudando-a na frente de toda a plebe londrina. A morena imediatamente cobriu a frente do vestido com os braços, como se aquelas coisas finas pudessem esconder sua fantasia e as pernas expostas. O que aquele demente tinha na cabeça?!

- Pouco me importo se estou no inferno, senhor! – disse, cravando as unhas no tecido de seu casaco, já que ele havia jogado sua capa para longe. – Esta capa me... Protegia – falou, indignada, sentindo muitos olhares sobre seu corpo. Ela jamais se vestira daquela forma na frente de ninguém. Seus vestidos eram castos e bem cobertos, consoante o que era exigido de uma lady; no momento ela mais parecia uma prostituta de Whitechapel. Ela mataria aquele homem. Melhor, mandaria enforcá-lo em praça pública, para que todos tivessem consciência do que acontecia com quem tentava ridicularizar a realeza.

Ainda que estivesse lançando o seu mais puro olhar de ódio a ele, o moreno se apresentou, como se Cassandra se importasse com quem ele era. Estava tão envergonhada e louca de raiva que acabou soltando uma gargalhada nada elegante na cara do moreno. – Lord? LORD!? Acredite, eu conheço muitos lordes, e nenhum porta-se como o senhor, tampouco frequenta espeluncas desta natureza - falou, apontando para o local que os cercava. Se sentia exposta e humilhada sem sua capa, o vestindo deixando entrever suas pernas longas e pálidas, e ela sentia que o maldito pirata lhe analisava, assim como todos os homens nojentos que se espremiam dentro do Pandemonium. Ele não havia sequer tido a decência de pedir licença ao tirar sua capa. E ainda se dizia um cavalheiro? Não no mundo de Cassandra Hanôver.

- Eu só vou pedir mais uma vez, senhor Vestfália, ou seja lá qual for o seu nome: eu. Quero. Esse. Casaco. Neste. Momento. – disse pausadamente, como se o homem tivesse capacidade mental reduzida – o que ela provavelmente achava. – Não pretendo ficar nem um instante sequer a mais nesse local.

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